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Atuneiros capixabas: artesanais só na aparência

  • giovanirpapa
  • 30 de dez. de 2014
  • 2 min de leitura

Localizado na cidade de Itapemirim, sul do Espírito Santo, o distrito de Itaipava carrega a fama de possuir pescadores e marceneiros navais habilidosos. E isto tem relação com a frota pesqueira deste lugar. Com relações de trabalho em regime de parceria entre os pescadores e o aspecto dos barcos, Itaipava apresenta características de pesca artesanal, porém não se deixe enganar pelas aparências.

Com elevados volumes de pescados desembarcados capturados em pesqueiros distantes, a pescaria em Itaipava se assemelha muito com a pesca industrial. O recurso alvo são os grandes peixes pelágicos oceânicos, como atuns e afins. Peixes com estas características se agregam ao redor de plataformas de petróleo e outras estruturas flutuantes. No caso de Itaipava, as áreas de pesca estão localizadas no entorno das plataformas de petróleo da Bacia de Campos, o maior campo petrolífero do país, a mais de 200 milhas de distância da sede do distrito. Nas décadas de 1980 e 1990, os pescadores de Itaipava pescavam com linha na plataforma continental externa e no talude superior, suprindo o mercado do Rio de Janeiro com peixes como o pargo-rosa (Pagrus pagrus), olho-de-cão (Priacanthus spp.), batata (Lopholatilus villari), namorado (Pseudopercis spp.) e cherne (Epinephelus niveatus). Foi só no final da década de 1990 e início da década de 2000 que a frota pesqueira se redirecionou para a pesca dos atuns e afins, tendo como principal alvo a albacora-laje (Thunnus albacares), o dourado (Coryphaena hippurus), e a meca (Xiphias gladius). Além do deslocamento para pesqueiros mais distantes, as embarcações incorporaram métodos de pesca típicos da frota industrial atuneira, como o “longline”, embora com menor comprimento de linha e número de anzóis.

A pescaria de atuns praticada pela frota industrial é beneficiada por financiamentos e subsídios do governo, como o do óleo diesel, e possui um custo social (proveniente da arrecadação de impostos). Já a pescaria de Itaipava não recebe benefícios governamentais. Os lucros gerados da pesca em Itaipava são repartidos de forma igualitária através da economia informal do distrito, diferente da pesca industrial, que apesar de gerar emprego e renda, possui uma repartição desigual dos benefícios. É notável como esta pescaria em Itaipava tem promovido a prosperidade para o distrito e seus habitantes.Sistemas pesqueiros como o de Itaipava representam uma forma alternativa de geração de bem estar através da pesca.

Estas informações foram retiradas do capítulo 12 do livro “A pesca marinha e estuarina no Brasil - estudos de caso multidisciplinares”. Para saber mais sobre a pesca de Itaipava leia o livro!

Fonte: http://www.observasc.net.br/

Fotos: Projeto Tamar

 
 
 

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